sábado, 4 de julho de 2009

Jayme e Goellner são a favor de afastamento de Sarney; Serys é contra, mas aguardará decisão da bancada petista

(Diário de Cuiabá) Dois dos três senadores mato-grossense são a favor do afastamento do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), depois da crise instalada no Congresso nacional. Diante de decisão partidária, os senadores Jayme Campos (DEM) e Gilberto Goellner (DEM) vão assinar o pedido de afastamento do presidente, que será formulado pelos parlamentares de oposição. A senadora Serys Slhessarenko (PT) aguarda reunião do seu partido para definir a posição da bancada petista sobre o assunto.

Na avaliação de Gilberto Goellner, a convicção dos 14 senadores democratas que compõe o Senado Federal é de que o afastamento de Sarney irá contribuir para a isenção na avaliação e resolução das irregularidades na Casa. O democrata reconhece que as irregularidades no Congresso não são de agora, mas um processo que vem de anos e agora desencadeou a atuação situação interpretada como “crise institucional”.

Goellner criticou, também, a influência do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia na gerência da Casa. “Nós sabemos também que todos os presidentes e as mesas anteriores não tiveram condições totais de gerência. Então, o problema não é só ali e sim nas diretorias do Senado”, argumentou o democrata, justificando que a maioria dos gestores era refém do comando dessas diretorias.

O problema, para ele, é que Sarney também é alvo de denúncias. O ex-presidente da República é acusado de empregar parentes e familiares em gabinetes de outros senadores, numa jogada de nepotismo cruzado. O afastamento dele, na opinião de Goellner, seria uma forma de dar mais agilidade às investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal. O senador do DEM também afirma que a resistência pelo afastamento de Sarney é o reflexo do receio do PT e do PMDB em perder o comando da Casa para um senador de oposição. Caso Sarney se afaste, o Legislativo federal será comandado pelo senador tucano Marconi Perillo (PSDB-GO), primeiro vice-presidente do Senado.

Já a senadora Serys Slhessarenko (PT) aguarda a reunião que será realizada terça-feira entre os membros da bancada petista. O encontro será conduzido pelo líder do partido, senador Aloízio Mercadante (PT-SP). Anteontem, todos os senadores petistas se reuniram por quase cinco horas com o presidente Lula para tratar sobre o tema.

A petista reconhece a gravidade da crise institucional do Senado. Serys diz ser favorável a investigação e que todas as denúncias e irregularidades sejam sanadas. “A credibilidade dessa instituição tão importante para a democracia brasileira precisa sim ser recuperada”, argumenta a senadora. Na avaliação de Serys, a oposição tenta ‘personalizar’ a crise, atribuindo a culpa ao atual presidente da Casa. “Todas essas irregularidades vieram aparecendo com o tempo. Não é uma só pessoa que a causou e não é uma só pessoa que vai resolver a crise”, analisa.

Serys ocupa o cargo de segunda-vice-presidente do Senado.

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