segunda-feira, 21 de setembro de 2009

OAB DEMOCRÁTICA: Enock diz que grupo não sabe o que fazer; Bruno Boaventura anuncia apoio a Scavelli - E agora?

(Página do E) O Movimento pela OAB Democrática que antes não tinha líderes e atuava sobre a forma de colegiado, parece que caminha para diluição na disputa eleitoral dentro da OAB de Mato Grosso. Eduardo Mahon, falando como um dos líderes do MOD, já declarou que o Movimento não terá candidato. Agora, é o advogado Bruno Boaventura quem declara sua adesão à candidatura situacionista de João Scaravelli. Espremidos entre a chapa do "sim" (Cláudio Stávile) e a chapa do "sim, senhor" (Scaravelli), o Movimento pela OAB Democrática ainda não soube construir uma opção. Talvez não exista mais tempo. Os advogados e as advogadas conscientes de Mato Grosso, todavia, ainda esperam por um pronunciamento público do advogado Paulo Taques sobre este momento que pode ser de impasse e pode ser também de diluição. Confira a melancólica rendição de uma lideranças do MOB em reportagem deste domingo, no Diário de Cuiabá:

(Ana Rosa Fagundes - Diário de Cuiabá)

Oposição cede e compõe com Scaravelli

Depois de incertezas e divergências dentro do próprio grupo, o Movimento OAB Democrática, oposição a atual gestão de Francisco Faiad, declara apoio ao candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso, João Vicente Scaravelli. Faltando dois meses para as eleições, que acontecem no dia 19 de novembro, o grupo, que pretendia lançar candidatura própria, faz composição com um candidato dissidente da gestão Faiad.

A OAB democrática tinha fôlego para lançar um advogado próprio à presidência da OAB. Mas o nome preferencial do grupo, sendo o que tinha reais chances de uma possível vitória, Paulo Taques, desistiu do pleito por razões particulares. Depois disso, o grupo não encontrou consenso, ensaiou vários nomes, como Renato Nery, Elarmim Miranda e João Celestino, mas nada foi acertado e perdeu tempo na corrida eleitoral.

A grande surpresa do apoio a Scaravelli reside no fato dele ser um candidato dissidente da atual gestão. Scaravelli ocupava o cargo de presidente da Caixa dos Advogados na gestão de Faiad. Bruno Boaventura, integrante do grupo de esquerda, explica a posição como alternativa para não ficar de fora das discussões da Ordem. “Pior que ficar sem candidato, é ficar sem candidatura”, disse o jovem advogado.

Dessa maneira, as eleições para a presidência da OAB têm o seguinte quadro: Cláudio Stábile, candidato da situação, apoiado pelo atual presidente, Francisco Faiad; João Vicente Scaravelli, que agora conta com a ajuda do grupo OAB Democrática e o candidato Pio da Silva, que se diz oposição.

Na teoria, a presidência da OAB significa uma oportunidade de lutar em defesa da classe, porém na prática, também é uma chance de fortalecer os escritórios de advocacia dos dirigentes, que ganham grande notoriedade pública. Bruno Boaventura não condena tal prática, que, por sinal, é natural, mas critica a falta de postura crítica da atual gestão em relação a assuntos que interessam a classe. “Nunca vimos a OAB enfrentar a crise no judiciário, por exemplo. Os dirigentes querem apenas o bônus de ser da OAB. A atual gestão só bate em cachorro manco”, dispara.

Apesar de ser um grupo de apoio, a OAB democrática terá uma participação representativa, com cargos na diretoria. Boaventura já adianta que defenderá Armando Candia como vice-presidente na chapa.

O imbróglio dentro da esquerda teve saldo positivo para Scaravelli. O candidato acredita que a aliança era o que faltava para alavancar sua campanha. “Estou muito feliz com essa composição, o grupo tem uma grande representatividade. Eu, inclusive, faço questão de nomes deles em cargos da diretoria, pelos ideais que carregam”, declarou Scaravelli.

Nenhum comentário: