
(Ana Rosa Fagundes - Diário de Cuiabá)
Oposição cede e compõe com Scaravelli
Depois de incertezas e divergências dentro do próprio grupo, o Movimento OAB Democrática, oposição a atual gestão de Francisco Faiad, declara apoio ao candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso, João Vicente Scaravelli. Faltando dois meses para as eleições, que acontecem no dia 19 de novembro, o grupo, que pretendia lançar candidatura própria, faz composição com um candidato dissidente da gestão Faiad.
A OAB democrática tinha fôlego para lançar um advogado próprio à presidência da OAB. Mas o nome preferencial do grupo, sendo o que tinha reais chances de uma possível vitória, Paulo Taques, desistiu do pleito por razões particulares. Depois disso, o grupo não encontrou consenso, ensaiou vários nomes, como Renato Nery, Elarmim Miranda e João Celestino, mas nada foi acertado e perdeu tempo na corrida eleitoral.
A grande surpresa do apoio a Scaravelli reside no fato dele ser um candidato dissidente da atual gestão. Scaravelli ocupava o cargo de presidente da Caixa dos Advogados na gestão de Faiad. Bruno Boaventura, integrante do grupo de esquerda, explica a posição como alternativa para não ficar de fora das discussões da Ordem. “Pior que ficar sem candidato, é ficar sem candidatura”, disse o jovem advogado.
Dessa maneira, as eleições para a presidência da OAB têm o seguinte quadro: Cláudio Stábile, candidato da situação, apoiado pelo atual presidente, Francisco Faiad; João Vicente Scaravelli, que agora conta com a ajuda do grupo OAB Democrática e o candidato Pio da Silva, que se diz oposição.
Na teoria, a presidência da OAB significa uma oportunidade de lutar em defesa da classe, porém na prática, também é uma chance de fortalecer os escritórios de advocacia dos dirigentes, que ganham grande notoriedade pública. Bruno Boaventura não condena tal prática, que, por sinal, é natural, mas critica a falta de postura crítica da atual gestão em relação a assuntos que interessam a classe. “Nunca vimos a OAB enfrentar a crise no judiciário, por exemplo. Os dirigentes querem apenas o bônus de ser da OAB. A atual gestão só bate em cachorro manco”, dispara.
Apesar de ser um grupo de apoio, a OAB democrática terá uma participação representativa, com cargos na diretoria. Boaventura já adianta que defenderá Armando Candia como vice-presidente na chapa.
O imbróglio dentro da esquerda teve saldo positivo para Scaravelli. O candidato acredita que a aliança era o que faltava para alavancar sua campanha. “Estou muito feliz com essa composição, o grupo tem uma grande representatividade. Eu, inclusive, faço questão de nomes deles em cargos da diretoria, pelos ideais que carregam”, declarou Scaravelli.
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