segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MCCE acusa vereadores Lúdio Cabral, Francisco Vuolo e Lueci Ramos de aceitarem manobras de Lutero Ponce para barrar processo

Se a defesa do ex presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Lutero Ponce (PMDB) continuar recebendo tratamento ‘vip’ da Comissão Processante, tudo caminha para o arquivamento do processo de cassação do mandato parlamentar. A constatação é do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) que fez os cálculos dos prazos restantes para a realização dos trabalhos.

“É inaceitável que o pedido de instauração do processo [de cassação] tenha sido apresentando em agosto e, graças a manobras da defesa, somente neste mês [de outubro] as provas testemunhais estejam sendo produzidas”, afirma Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, acrescentando que “se a defesa conseguir atrasar o cronograma em mais uma semana, o processo vai para o arquivo”.

Este raciocínio também é defendido pelo advogado do MCCE, Vilson Nery, uma vez que “a defesa técnica do vereador Lutero vem atrasando deliberadamente os trabalhos, e a Comissão Processante não se deu conta de que está sendo inadvertidamente induzida a inocentar o vereador, por decurso de prazo”. É que na hipótese de que as investigações superem o tempo de 90 dias, o processo vai automaticamente ao arquivo.

“Não é uma absolvição, é arquivamento sem decisão”, explica Ceará, argumentando também que “a sociedade não pode ser enganada deste modo”. Para evitar que todo o esforço (da policia civil, dos vereadores e do MCCE) nas investigações do caso Lutero Ponce de Arruda seja em vão, Antonio Cavalcante Filho, Coordenador Estadual do MCCE, procurou nesta sexta feira (16/10) os vereadores integrantes da Comissão Processante.

Até por volta das 13 horas somente a assessoria do vereador Ludio Cabral (PT) foi localizada na Câmara e recebeu o convite para reunião com o MCCE na próxima semana. O gabinete dos demais integrantes da Comissão Processante, Lueci Ramos (PSDB) e Francisco Vuolo (PR) estavam fechados.

Com base nas informações que detém, e que são públicas, o MCCE deverá alertar formalmente a Comissão Processante e a própria Presidência da Câmara de Vereadores sobre os riscos do caso. Para Ceará, “os vereadores agiram bem com relação ao ex parlamentar Ralf Leite, e não podem passar por negligentes no caso Lutero”.

Outra preocupação é a recente ‘onda de doenças’ entre os parlamentares, que está levando alguns deles a pedir afastamento para tratamento de saúde. “É o súbito mal chamado ‘medo de julgar Lutero’ que atinge muitos”, crê Ceará, dirigente do MCCE.

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