sexta-feira, 31 de julho de 2009

Por que a Delegacia Fazendária esconde, a sete chaves, o inquérito sobre Lutero Ponce?


Nesta semana, a assessoria de imprensa da Polícia Civil publicou uma estranha nota à imprensa alegando que a Delegacia Fazendária não esteve repassando informações sobre a Operação Crepúsculo, que investiga desvio de dinheiro público na Câmara Municipal, na gestão do vereador Lutero Ponce (PMDB).

Na semana passada, o delegado Rogério Modelli (a esquerda da foto) deu uma resposta um tanto quanto inesperada a uma jornalista do jornal Diário de Cuiabá que queria obter informações sobre a investigação. Mais precisamente, acesso ao inquérito. Sem nenhuma lheneza, a autoridade policial disse que não permitiria que AQUELA jornalista acessasse o inquérito (parte física) simplesmente porque ele não queria. E ponto final.

É no mínimo improvável que um delegado de Polícia Civil, concursado, bacharel em direito, não saiba que TODO inquérito policial é PÚBLICO a não ser que a Justiça decrete sigilo nas investigações, o que não é o caso do inquérito em questão. Mesmo assim, o acesso foi "estranhamente" proibido pelas autoridades policiais que, ao que tudo indica, sentaram em cima dos autos e não saíram mais.

Sem querer desmerecer o trabalho da Polícia Civil (mesmo que ela desmereça o trabalho da imprensa e o direito de qualquer cidadão brasileiro de acessar um inquérito policial como prevê a LEI), essas atitudes rotineiras dos delegados nos levam a refletir sobre a atuação da Polícia neste caso em questão. Será que tese da defesa, anunciada pelo advogado Paulo Taques, de que há muitas divergências na investigação é verdadeira? Será que a Delegacia Fazendária agiu no calor da divulgação da auditoria interna contratada pelo atual presidente da Câmara, vereador Deucimar Silva (PP)? Será que esse trabalho foi pautado na base do "palmômetro"?

Se questionada, a Polícia com certeza iria responder que essa investigação, assim como todas as outras, é pautada em provas documentais e testemunhais, fatos, etc... Mas, o que pensar diante da latente omissão da Polícia e truculência no que diz respeito a uma simples lei constitucional que diz que todo inquérito é público? Ou será público apenas aqueles inquéritos "de baixo escalão" que estão abarrotados nas salas sujas e fedorentas dos Ciscs? Aqueles que se referem a roubo de bicicleta, galinha do vizinho e pequenos roubos e furtos?

Sei que todo o trabalho de uma investigação complexa como essa não deve ser fácil. Mas, fácil também não é aceitar que a própria Polícia Civil, a exemplo da maioria de seus investigados, não cumpra a lei.

VEJA AQUI NA ÍNTEGRA A NOTA ENVIADA PELA POLÍCIA CIVIL:
http://www.policiacivil.mt.gov.br/noticia.php?id=2310&PHPSESSID=f1b7ec9201975713bfbda64412df5dda

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