(Ana Rosa Fagundes - Diário de Cuiabá) Os policiais militares Fábio Gomes de Oliveira e Uanderlei Benedito da costa estão pedindo, cada um, uma indenização de R$ 465 mil por dano moral contra o ex-vereador Ralf Leite (PRTB). Os dois ingressaram nas 5ª e 13ª Varas do Fórum Cível de Cuiabá com ação individual contra Leite, cassado por quebra de decoro parlamentar, num processo iniciado pela prisão em flagrante, feita pelos militares.O então vereador estava em companhia de um menor travesti, no Posto Zero-quilômetro, conhecida área de prostituição de Várzea Grande. Os militares alegam que as falsas informações noticiadas por Ralf Leite repercutiram a nível estadual e nacional, criando enorme prejuízo à imagem da Polícia Militar e principalmente a eles próprios, que sofreram processo disciplinar na corporação. Na madrugada do dia 6 de fevereiro deste ano, os dois policiais flagraram Leite cometendo ato libidinoso. Por este episódio, Ralf Leite foi o primeiro vereador do Legislativo cuiabano a perder o mandato por quebra de decoro parlamentar.
Na ocasião, Ralf alegou à imprensa que tudo não passava de uma “armação política” e que os militares tentaram extorqui-lo, pedindo o valor de R$ 600,00 para não o autuarem naquela noite. “Diante das acusações públicas, não satisfeito, o réu (Ralf Leite) foi até o Centro Integrando de Segurança e Cidadania (Cisc), na região Oeste, e comunicou a suposta extorsão praticada pelo autor (Fábio Gomes de Oliveira) e seu companheiro de guarnição”, denuncia a defesa num dos processos. Contudo, as investigações disciplinares indicaram a inocência dos policiais.
Ralf Leite deverá receber cartas de notificação das ações por danos morais, que tramitam nas 5ª e 13ª Varas do Fórum Cível de Cuiabá. Depois de recebê-las, ele terá o prazo de 15 dias para tentar impugná-las. A maior parte das páginas dos processos é composta por cópias de matérias jornalísticas em que o ex-vereador acusa os PMs de extorsão, publicadas em diversos veículos de comunicação do Estado. Há também uma “carta ao povo cuiabano”, enviada por Ralf Leite dois dias após o flagrante, com as mesmas acusações.
Como argumento, as defesas também alegam que o ex-parlamentar causou prejuízo à máquina administrativa, já que a corporação instaurou investigações para apurar os fatos. Porém, como comprovado pelos autos, os policiais foram inocentados da acusação de apropriação indevida. O valor da indenização foi pedido tendo em vista o porte econômico do requerido, de maneira que não favoreça o enriquecimento dos policiais e, ainda, não seja uma quantia irrisória para o réu, para que este não volte a cometer mais atos semelhantes.
A perda o mandato e as atuais ações por danos morais não foram as únicas consequências do fato ocorrido no inicio do ano. Ralf foi indiciado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica) por exploração sexual e atentado violento ao pudor. Além disso, enquanto ainda estava no turbilhão do caso “Posto Zero”, sua ex-namorada, Cristina Gentil Biezus, prestou queixa contra Ralf por espancamento, no dia 5 de julho. Por este caso, ele responde a inquérito na Delegacia da Mulher e foi indiciado. A Delegacia de Defesa da Criança do Adolescente também indiciou o ex-vereador por exploração sexual de criança e adolescente, falsa identidade, desacato a autoridade e corrupção ativa.
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