
O então vereador estava em companhia de um menor travesti, no Posto Zero-quilômetro, conhecida área de prostituição de Várzea Grande. Os militares alegam que as falsas informações noticiadas por Ralf Leite repercutiram a nível estadual e nacional, criando enorme prejuízo à imagem da Polícia Militar e principalmente a eles próprios, que sofreram processo disciplinar na corporação. Na madrugada do dia 6 de fevereiro deste ano, os dois policiais flagraram Leite cometendo ato libidinoso. Por este episódio, Ralf Leite foi o primeiro vereador do Legislativo cuiabano a perder o mandato por quebra de decoro parlamentar.
Na ocasião, Ralf alegou à imprensa que tudo não passava de uma “armação política” e que os militares tentaram extorqui-lo, pedindo o valor de R$ 600,00 para não o autuarem naquela noite. “Diante das acusações públicas, não satisfeito, o réu (Ralf Leite) foi até o Centro Integrando de Segurança e Cidadania (Cisc), na região Oeste, e comunicou a suposta extorsão praticada pelo autor (Fábio Gomes de Oliveira) e seu companheiro de guarnição”, denuncia a defesa num dos processos. Contudo, as investigações disciplinares indicaram a inocência dos policiais.
Ralf Leite deverá receber cartas de notificação das ações por danos morais, que tramitam nas 5ª e 13ª Varas do Fórum Cível de Cuiabá. Depois de recebê-las, ele terá o prazo de 15 dias para tentar impugná-las. A maior parte das páginas dos processos é composta por cópias de matérias jornalísticas em que o ex-vereador acusa os PMs de extorsão, publicadas em diversos veículos de comunicação do Estado. Há também uma “carta ao povo cuiabano”, enviada por Ralf Leite dois dias após o flagrante, com as mesmas acusações.
Como argumento, as defesas também alegam que o ex-parlamentar causou prejuízo à máquina administrativa, já que a corporação instaurou investigações para apurar os fatos. Porém, como comprovado pelos autos, os policiais foram inocentados da acusação de apropriação indevida. O valor da indenização foi pedido tendo em vista o porte econômico do requerido, de maneira que não favoreça o enriquecimento dos policiais e, ainda, não seja uma quantia irrisória para o réu, para que este não volte a cometer mais atos semelhantes.
A perda o mandato e as atuais ações por danos morais não foram as únicas consequências do fato ocorrido no inicio do ano. Ralf foi indiciado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica) por exploração sexual e atentado violento ao pudor. Além disso, enquanto ainda estava no turbilhão do caso “Posto Zero”, sua ex-namorada, Cristina Gentil Biezus, prestou queixa contra Ralf por espancamento, no dia 5 de julho. Por este caso, ele responde a inquérito na Delegacia da Mulher e foi indiciado. A Delegacia de Defesa da Criança do Adolescente também indiciou o ex-vereador por exploração sexual de criança e adolescente, falsa identidade, desacato a autoridade e corrupção ativa.
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