
O representente do MPF propôs ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o desembargador José Ferreira Leite e os juízes Marcelo Souza de Barros, Antônio Horácio da Silva Neto e Marco Aurélio dos Reis Ferreira deixem os cargos temporariamente até o julgamento final do processo, caso o órgão decida acatar o denúncia.
O pedido deve ser analisado pela Corte Especial do STJ, que se reúne no próximo dia 28 de abril. O relator do processo é o ministro João Otávio de Noronha. Caso o pedido de afastamento cautelar seja aceito pelo STJ, os quatro magistrados deverão ficar impedidos de julgar processo, mas receberão seus salários normalmente. Caso sejam condenados, podem até perder o cargo vitalício, inclusive a aposentadoria compulsória.
O suposto esquema de desvio de recursos do Tribunal de Justiça para uma cooperativa de crédito ligada ao Grande Oriente do Estado (GOE) teria acontecido na gestão do desembargador José Ferreira Leite frente ao TJ, na mesma época em que exercia o cargo de grão mestre da potência maçônica.
O caso foi à tona depois de uma investigação conduzida pelo ex-corregedor-geral de Justiça, desembargador Orlando Perri, na gestão do ex-presidente do TJ, desembargador Paulo Lessa, hoje secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos na gestão do governador Silval Barbosa (PMDB).
Ferreira Leite e outros nove magistrados já foram aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fevereiro do ano passado, mas conseguiram retornar aos cargos por força de uma liminar proferida pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse caso, o mérito do mandado de segurança ainda não foi julgado, o que pode acabar resultando em novo afastamento, nesse caso, dos 10 magistrados envolvidos.