Após os seis meses de curso, pai e filho distribuíram vários currículos. Logo, Marcos foi contratado como estagiário na SPERAFICO da Amazônia, que atua no ramo da agricultura, no recebimento, armazenamento e industrialização de grãos, com filiais em 4 estados brasileiros. “Me lembro que, quando estava desempregado, emprestava dinheiro para ele pegar ônibus para trabalhar”. Pelo estágio, o garoto recebia uma ajuda de custo no valor de R$ 150, mais tíquetes alimentação.
Marcos dava ao pai os tíquetes para contribuir com as despesas de casa. “Eu fazia algumas compras e o restante guardei para fazê-lo uma surpresa. Quando completou 18 anos o presenteei com uma moto”. Depois de dois anos como estagiário um ex-diretor da empresa onde trabalhava o convidou para trabalhar na Multigrain, multinacional fornecedora de "commodities" no agronegócio, que vai desde a produção, processamento e logística, até a distribuição de soja, algodão, milho, açúcar, trigo e fertilizantes, com atuação em oito estados, onde está até hoje, cinco anos depois de ter concluído o curso.
Paranaense de Paranavaí, Esmael Vicente mudou-se para Cuiabá em 1997, com a esposa e os três filhos. Na época trabalhava como motorista de caminhão. Mas, depois de alguns anos, teve que buscar alternativas de trabalho. “Quando você completa certa idade o mercado fecha as portas e como eu não tinha estudo foi mais difícil. Por isso, praticamente obriguei meu filho a estudar”conta.
De família humilde e tendo que enfrentar um mercado de trabalho competitivo, o microempresário, além de incentivar o filho, encontrou nas capacitações do SENAI novas oportunidades. Com certificados de conclusão dos cursos de pedreiro, eletricista predial, NR10 (normas regulamentadoras de eletricidade), pintura predial, leitura e interpretação de projetos elétricos e pintura decorativa, ainda pretende se especializar como mestre de obras.
Recentemente, o ex-aluno montou uma pequena empresa de reformas na construção civil, onde além da mão-de-obra também presta serviços voluntários à comunidade da sua região. “Eu posso não ter a mesma disposição que uma pessoa de 30 anos, mas com o que aprendi no SENAI, eu faço o mesmo serviço com as mesmas técnicas e o principal com qualidade”, relata, um dos muitos cidadãos que com muita garra teve a vida de sua família transformada.
3 comentários:
Parabéns Julia, excelente matéria. Fiz também alguns cursos pelo SENAI que ao longo da minha jornada me serviram como norte para minhas melhores ações. Salvo engano, ainda em S.J. D´Oeste, com 14 anos à época fiz um curso de Secretária. Isso muito me ajudou. Matérias como a tua devem ser veiculadas com mais frequência e em mais mídias. O povo está cansado de ver desgraças e miséiras nas mídias brasileiras. Parabéns. Mari
Como minha mãe costuma dizer: "O estudo é a única coisa que ninguém pode tirar de você!". Se todos os pais e todos os filhos tivessem essa consciência, quem sabe o índice de criminalidade tivesse diminuído consideravelmente. As pessoas só sabem falar de miséria, desgraça... mas quando escutamos reportagens e notícias sobre cursos e histórias de luta em meio as favelas, passamos a ter esperança num futuro melhor. Passar informação não é sinônimo de trazer más notícias... a informação é a portadora da esperança. Ficou ótimo o texto, se todos escrevessem sobre evolução, crescimento e aprendizagem, quem sabe as pessoas passassem a ter mais consciência da importância da educação e da formação para o mundo. PARABÉNS!!!
Realmente nos dias de hoje e falta de qualifição das pessoas ser o maior problema nos preenchimentos da vagas e isntituiçoes como SENAI estar ai aberto a todos, ainda falta iniciativa das pessoas procurar, informar-se sobre cursos de especializaçoes etc, segue ai na materia da ilustre jornalista um exemplo da iniciativa da família em qualificar um filho e que deu certo . Parabéns, precisamos dos bons exemplos também...
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