sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cursos profissionalizantes empregam jovens no mercado de trabalho

Apesar de já ter seis certificados de cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MT), o maior orgulho do microempresário Esmael Vicente de Paula, 52 anos, é contar a história do filho mais novo, Marcos Vinicius de Paula. Quando estava prestes a completar 16 anos, Esmael obrigou o filho a se matricular no curso de auxiliar administrativo. Hoje aos 21 anos, Marcos Vinícius trabalha em uma empresa multinacional. “Quanto ele ganha eu não sei, mais ele anda de carro zero quilômetro”, explica o pai emocionado.

Após os seis meses de curso, pai e filho distribuíram vários currículos. Logo, Marcos foi contratado como estagiário na SPERAFICO da Amazônia, que atua no ramo da agricultura, no recebimento, armazenamento e industrialização de grãos, com filiais em 4 estados brasileiros. “Me lembro que, quando estava desempregado, emprestava dinheiro para ele pegar ônibus para trabalhar”. Pelo estágio, o garoto recebia uma ajuda de custo no valor de R$ 150, mais tíquetes alimentação.

Marcos dava ao pai os tíquetes para contribuir com as despesas de casa. “Eu fazia algumas compras e o restante guardei para fazê-lo uma surpresa. Quando completou 18 anos o presenteei com uma moto”. Depois de dois anos como estagiário um ex-diretor da empresa onde trabalhava o convidou para trabalhar na Multigrain, multinacional fornecedora de "commodities" no agronegócio, que vai desde a produção, processamento e logística, até a distribuição de soja, algodão, milho, açúcar, trigo e fertilizantes, com atuação em oito estados, onde está até hoje, cinco anos depois de ter concluído o curso.
Paranaense de Paranavaí, Esmael Vicente mudou-se para Cuiabá em 1997, com a esposa e os três filhos. Na época trabalhava como motorista de caminhão. Mas, depois de alguns anos, teve que buscar alternativas de trabalho. “Quando você completa certa idade o mercado fecha as portas e como eu não tinha estudo foi mais difícil. Por isso, praticamente obriguei meu filho a estudar”conta.

De família humilde e tendo que enfrentar um mercado de trabalho competitivo, o microempresário, além de incentivar o filho, encontrou nas capacitações do SENAI novas oportunidades. Com certificados de conclusão dos cursos de pedreiro, eletricista predial, NR10 (normas regulamentadoras de eletricidade), pintura predial, leitura e interpretação de projetos elétricos e pintura decorativa, ainda pretende se especializar como mestre de obras.

Recentemente, o ex-aluno montou uma pequena empresa de reformas na construção civil, onde além da mão-de-obra também presta serviços voluntários à comunidade da sua região. “Eu posso não ter a mesma disposição que uma pessoa de 30 anos, mas com o que aprendi no SENAI, eu faço o mesmo serviço com as mesmas técnicas e o principal com qualidade”, relata, um dos muitos cidadãos que com muita garra teve a vida de sua família transformada.

3 comentários:

MARI disse...

Parabéns Julia, excelente matéria. Fiz também alguns cursos pelo SENAI que ao longo da minha jornada me serviram como norte para minhas melhores ações. Salvo engano, ainda em S.J. D´Oeste, com 14 anos à época fiz um curso de Secretária. Isso muito me ajudou. Matérias como a tua devem ser veiculadas com mais frequência e em mais mídias. O povo está cansado de ver desgraças e miséiras nas mídias brasileiras. Parabéns. Mari

Priscila disse...

Como minha mãe costuma dizer: "O estudo é a única coisa que ninguém pode tirar de você!". Se todos os pais e todos os filhos tivessem essa consciência, quem sabe o índice de criminalidade tivesse diminuído consideravelmente. As pessoas só sabem falar de miséria, desgraça... mas quando escutamos reportagens e notícias sobre cursos e histórias de luta em meio as favelas, passamos a ter esperança num futuro melhor. Passar informação não é sinônimo de trazer más notícias... a informação é a portadora da esperança. Ficou ótimo o texto, se todos escrevessem sobre evolução, crescimento e aprendizagem, quem sabe as pessoas passassem a ter mais consciência da importância da educação e da formação para o mundo. PARABÉNS!!!

Anônimo disse...

Realmente nos dias de hoje e falta de qualifição das pessoas ser o maior problema nos preenchimentos da vagas e isntituiçoes como SENAI estar ai aberto a todos, ainda falta iniciativa das pessoas procurar, informar-se sobre cursos de especializaçoes etc, segue ai na materia da ilustre jornalista um exemplo da iniciativa da família em qualificar um filho e que deu certo . Parabéns, precisamos dos bons exemplos também...